EM UM RELACIONAMENTO SÉRIO COM O DINHEIRO

Antes de escrever esse post, eu estava pesquisando alguns dados de endividamento atuais para conversar com vocês sobre a realidade de muitos brasileiros e sobre como a relação que desenvolvemos com o nosso dinheiro pode nos incluir nessas estatísticas.

Então vamos lá, se acomoda aí que hoje eu quero te ajudar a refletir sobre o seu status de relacionamento com a tua grana!

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Sabe aquela tua amiga que investe pra caramba no cara, mas que ele não está nem aí? Ou ainda aquela que está presa em uma relação onde só se magoa? E aquele relacionamento abusivo, em que ela mais parece um objeto que uma pessoa?

Quero te mostrar que esse tipo de relação não acontece só com pessoas, mas também com as finanças. Pensa aí comigo:

1. Você trabalha, trabalha, trabalha e não vê nem a cor do dinheiro? Ele vai só pra pagar as contas?

2. Você consegue pagar todas as suas contas e quando sobra um dinheirinho, ao invés de se planejar para algo que deseja, ou poupá-lo, você gasta sem saber no que. E quando tem aquele imprevisto não tem nem uma gordurinha pra ajudar

3. Você não tem nem noção do que acontece com o seu dinheiro, porque nem para as contas ele está sendo o suficiente?

Algum desses tópicos se encaixam pra você? Então sinto dizer que, na relação com o dinheiro, a amiga é você!

Culturalmente falando, nós mulheres não fomos preparadas para lidar com o dinheiro. Num passado muito recente em que o homem era o principal provedor e que o atributo da mulher estava muito mais relacionado aos afazeres da casa e a criação dos filhos, quem ia nos ensinar sobre educação financeira? E um segredinho, aqui entre nós, grande parte dos homens também não tem essa noção.

O grande resultado disso é que hoje, com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do consumidor (PEIC), temos para o mês de junho de 2022, aproximadamente 2.972.925 famílias brasileiras endividadas, sendo que dessas, 353.293 não tem condição alguma de pagar o que deve.

Essa mesma pesquisa nos mostra que o maior nível de endividamento está relacionado aos gastos com cartões de crédito. Isso tanto para as famílias que ganham até 10 salários mínimos (R$12.120,00 aproximadamente, para o ano de 2022), quanto para famílias que ganham mais que isso. O que nos faz pensar se o problema está em quanto se ganha ou no quanto se gasta.

Queridas leitoras desse texto, vocês sabiam que existem uma comunidade imensa de mulheres que se veem dentro de um relacionamento ruim pelas questões financeiras? Não tem autonomia nenhuma e muito menos sabem lidar com as finanças. Segundo uma publicação na revista eletrônica de Ciências Sociais nº 27 de 2018, quanto mais frágil, mais desprotegida e sem recursos é a mulher, mais dependente se apresenta do marido.

Eu, como mulher e empreendedora, me sinto na obrigação de te dizer que TEM JEITO! Existe sim a possibilidade de criarmos um caminho de empoderamento para você, onde poderá adquirir, gerir e decidir o que fazer com os recursos que tem. O ponto principal é, primeiramente, você entender como se relaciona com o dinheiro para, aí sim, começar a pensar em pequenos objetivos para redirecionamento do capital.

Volta ali nas perguntas iniciais e pensa um pouquinho sobre elas. Depois me conta em que conclusões você chegou. Se quiser, podemos construir juntas esse caminho de descomplicação e empoderamento financeiro!

Referências:

CORDEIRO, D.C.S - Por Que Algumas Mulheres Não Denunciam Seus Agressores? Revista Eletrônica de Ciências Sociais, Juiz de Fora, n. 27, 2018.

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) – junho de 2022. Disponível em <https://www.portaldocomercio.org.br/publicacoes/pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumidor-peic-junho-de-2022/431749> Acesso em 26/07/2022.